MARANATA (μαραναθά).
Esse termo, claramente traduzido do aramaico, se vê em 1 Coríntios 16:22.
Aparentemente trata-se de um termo composto:
"Maran" ou "Marana", que significa “Nosso Senhor” e tha ou atha, uma forma do verbo “vir”.
Fica aberta a questão se esta forma é o imperativo “Vem!” ou o perfeito “Ele veio”.
Em favor do imperativo, muitas vezes é citado Apocalipse 22:20, onde uma formulação similar é encontrada, neste caso, em grego: “Amém! Vem, Senhor Jesus!”.
Na Didachê (manuscrito com orientações dos primeiros cristãos), “mararata” aparece num contexto que definitivamente se concentra na Ceia do Senhor.
Qualquer que seja a forma verbal, a declaração se encaixaria na Comunhão da Ceia e poderia ser declarada de uma das seguintes maneiras:
1. “Nosso Senhor veio” na encarnação e nós “fazemos isso em memória dele” (1 Coríntios 11:24-25).
2. “Nosso Senhor veio” para estar presente conosco em sua Ceia e para examinar o coração dos participantes. Isso se relacionaria bem com a parte anterior de 1 Coríntios 16:22: “Se alguém não ama o Senhor, seja anátema”.
3. “Vem, nosso Senhor!”, pois nós ansiamos pela plena manifestação de Seu poder e julgamento e participamos dos elementos da Ceia “até que ele venha” (1 Coríntios 11:26).
Esses vários significados não necessariamente são mutuamente excludentes e “maranata” pode sugerir uma feliz combinação de todos eles.
Um contexto eucarístico se torna ainda mais plausível pela seguinte consideração:
Uma expressão aramaica, numa carta endereçada a um grupo de fala grega, parece, de fato, bem estranha.
A menos que fosse uma forma consagrada nos cultos das primeiras comunidades cristãs, a Igreja de Jerusalém e, com a qual todos os cristãos estivessem familiarizados qualquer que fosse a sua língua original (algo como “amém” ou “aleluia!”).
Se a tradução “Vem!” for a preferida, o termo “maranata” seria uma antiga evidência de uma oração dirigida a Jesus como Senhor.
A forma aramaica "Maran" dá testemunho do fato de um reconhecimento palestino de Cristo como Senhor.